Habitação de Interesse Social – Durante o Encontro Internacional da Indústria da Construção (ENIC), realizado em 9 de abril na Feicon 2025 em São Paulo, representantes do governo federal, da Caixa Econômica Federal e da indústria da construção civil discutiram os entraves e oportunidades na adoção de sistemas inovadores para a Faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), financiada pelo Fundo de Arrendamento Residencial (FAR).

Avanço da habitação popular com construção industrializada
O governo federal e a Caixa Econômica Federal (CEF) sinalizaram forte interesse em ampliar a participação da construção industrializada na habitação de interesse social, destacando:
- Parcerias para acelerar a produção de unidades habitacionais populares;
- Novas modalidades de financiamento via MCMV;
- Modernização na liberação de recursos, viabilizando obras com uso de sistemas construtivos inovadores.
Segundo Daniel Sigelmann, diretor do Departamento de Planejamento e Política Nacional de Habitação (Ministério das Cidades):
- O governo pretende alcançar 1 milhão de novas habitações no país;
- Já são 50 mil unidades entregues;
- O foco está na diversificação de fontes de financiamento para ampliar o alcance do programa.
Novo modelo de liberação de recursos pela Caixa
Rodrigo Santos Costa, gerente nacional da CEF, destacou uma mudança estratégica:
- Novo modelo “offsite”: permite liberação de recursos ainda na fase de aquisição de materiais, mesmo antes da execução da obra;
- Viabiliza projetos com sistemas construtivos industrializados, como woodframe e steelframe;
- Exige rastreabilidade dos materiais para garantir segurança e conformidade técnica.
“Não desembolsamos apenas após a execução da obra, mas também quando o investimento foi feito na fábrica”, explicou Costa.
Esse novo modelo favorece a adoção de tecnologias inovadoras e otimiza os prazos de entrega de moradias populares
Impactos para o setor da construção
Dionyzio Klavdianos, vice-presidente de Inovação da CBIC e presidente da COMAT, celebrou a iniciativa:
- Considera a medida uma transformação profunda para toda a cadeia da construção civil;
- Acredita que isso aproxima empresas de construção industrializada do setor público.
Desafios apontados:
Antonio Gilberto Freitas Filho, diretor do ITIE, destaca que:
- É essencial contar com fornecedores tecnicamente qualificados;
- A padronização e o credenciamento por desempenho técnico são fundamentais;
- Tecnologias como o BIM (Building Information Modeling) e rastreabilidade na cadeia da madeira já oferecem ganhos em qualidade e prazos:
“Com industrialização, é possível reduzir o tempo de obra em 50% e aumentar a qualidade em 30%.”
Inclusão de pequenos e médios construtores
Clausens Duarte, vice-presidente de Habitação de Interesse Social da CBIC, chama atenção para a dificuldade de pequenas e médias empresas em acessar essas inovações:
- Falta de fomento e apoio técnico ainda são barreiras;
- É necessário facilitar o acesso às novas tecnologias, promovendo inclusão e democratização da inovação.
Sobre o evento ENIC | Feicon 2025
O ENIC é promovido pela CBIC, em parceria com a RX | Feicon, com apoio do Sistema Indústria e correalização do SESI e SENAI. Conta com patrocínio de:
- Caixa Econômica Federal, Governo Federal, Saint-Gobain, Sebrae Nacional, Mútua;
- Apoio de diversas entidades da construção, como ABCP, Abividro, Abrafati, Anfacer, Sienge, Apex Brasil, ABDI, CAU/SP, entre outras.
A temática dialoga com o projeto “Segurança Habitacional como Garantia Básica para a Qualidade de Vida e Integridade Física do Trabalhador”, desenvolvido pela Comissão de Habitação de Interesse Social (CHIS) da CBIC, em correalização com o Serviço Social da Indústria (SESI).
FONTE CORREIO BRAZILIENSE