A construção civil está prestes a viver uma revolução energética. Imagine um edifício cujas paredes, além de suportar a estrutura, também geram e armazenam energia. Isso não é mais um conceito futurista, mas uma realidade, graças ao desenvolvimento do cimento vivo, uma inovação científica que transforma o concreto em uma verdadeira “bateria biológica”.
O que é o Cimento Vivo?
O cimento vivo é o resultado da mistura de cimento com bactérias vivas que possuem a capacidade de gerar e armazenar energia elétrica. As bactérias utilizadas nesse processo, como a Shewanella oneidensis, têm a habilidade de transferir elétrons para o ambiente externo, criando uma rede de condução elétrica dentro do material.
Esse cimento inovador funciona como um supercapacitor biológico, permitindo que as paredes de um edifício acumulem energia durante o dia e liberem quando necessário. Ao incorporar essas bactérias ao concreto, ele não só cumpre seu papel estrutural, mas também se torna uma fonte passiva de energia.
Como Funciona?
As bactérias são misturadas com o cimento durante a sua fabricação. Quando as paredes do prédio são construídas, elas possuem essa rede de bactérias que pode armazenar até 178,7 Wh/kg de energia — o suficiente para manter 44 lâmpadas LED acesas por uma hora.
Após a morte das bactérias, o cimento ainda mantém a capacidade de armazenar e liberar energia. E, se necessário, o material pode ser reativado com a simples injeção de nutrientes, garantindo que ele continue funcionando ao longo do tempo.
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Benefícios para a Sustentabilidade
O cimento vivo oferece uma solução altamente sustentável para a construção de edifícios mais eficientes. Ele reduz a dependência de fontes externas de energia, contribuindo para a autossuficiência energética dos imóveis. Com paredes que geram e armazenam energia, o material pode diminuir os custos operacionais de eletricidade e ainda ser uma alternativa ecológica, ajudando na redução da pegada de carbono.
Além disso, o cimento é resistente e funcional em uma ampla faixa de temperaturas, entre -15°C e 33°C, tornando-o adequado para diferentes condições climáticas.
O Futuro das Construções Inteligentes
Com o cimento vivo, as construções do futuro poderão ser mais inteligentes e autossustentáveis. Imagine um prédio em que as paredes não só suportam a estrutura, mas também alimentam a iluminação, sistemas de sensores, ou até mesmo aparelhos elétricos. Este conceito pode se expandir para além dos edifícios residenciais, sendo utilizado em infraestruturas públicas, escolas e hospitais, trazendo uma nova era de construção eficiente e sustentável.
Perspectivas Futuras
Embora o cimento vivo ainda esteja em fase experimental, os resultados já demonstram o enorme potencial dessa tecnologia. Os pesquisadores continuam trabalhando para aperfeiçoar o processo de produção e expandir sua viabilidade comercial, o que pode levar a uma revolução na forma como pensamos as construções.
Em um futuro próximo, podemos ver as paredes de nossas casas e prédios não só como elementos estruturais, mas também como fontes de energia limpa e renovável.
Fontes: